quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

e ontem que passou um caminhão soltando fumaça preta e fedorenta. aí eu fiz uma cara feia, tampei o nariz pra ver se o motorista se ligava (devia ser pribido um caminhão desse circular, poluindo tudo!). e eu com um cigarro na mão.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

é a gente quem quer, foi a getne quem quis.
mas, tudo é mesmo tão impresível.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

fundo

Dentro de mim as trevas, os escuro, o lodo gangrenado em todas as paredes por onde me estendo. Peixes grandes, de olhos grandes, asquerosos, que deslizam sinuosos pelo mar profundo da minha cabeça. Polvos de inumeráveis tentáculos, bichos meio gente, meio coisa morta. Barcos de velas negras temorosas, com piratas centenários que carregam uma estrela do mar colado ao rosto.
Dentro de mim, bares sebosos, na entrada, uma prostituta gorda, com um sinal descomunal ao lado do nariz. Ela é sempre rindo, uma gargalhada medonha, no fundo não se sabe se ela rir de graça ou de horror. Bebados deploráveis mijando num banheiro repugnante. Infiltrações que respigam agua suja, fazendo um barulho (tic-tic-tic) absolutamente irritante.
Me esparramam assassinos frios, baixo clero de padres recalcados. Cidade suja, com cheiro de mijo, prédios cinzas depois de uma chuva ácida, ratos medievais roendo a unha de um morto.
Dentro de mim, um vômito de moscas e baratas.