tpm

as vezes meu coração dá um nó, fica bem pequeno. mas tenho calma, que eu sei que ele desata e é grande.

receita

Posologia: tomar um banho de mar no domingo.

andança

A gente vive em meio de tantos desamores. Despertei, preciso do amor. A o pensar que só ‘’o amor me ensina onde vou chegar’’ vou me deparando com tantos desamores que moram em mim, que traz a amargura, os julgamentos, a não entrega. Quero me libertar disso. Processo de libertação é tão difícil, dolorido, é como um parto, é renascimento. É duro olhar o que eu não gosto em mim mesma, é triste. Perceber o quanto de julgamento está em mim, o quanto eu julgo as pessoas o tempo inteiro. Julgamento é não deixar o amor fluir, assim como o medo, a insegurança. Como a gente se julga, e culpa os outros pelo o que acontece com a gente, acha feio, decadente, desprezível, dá um nó na garganta, dói tocar na própria ferida....mas isso é aprendizagem. Vem desespero, cegueira. Vem , que venha um monte de coisas dessas e eu possa encarar uma a uma. A única coisa que tenho uma certeza reconfortante é que no fundo eu sou feliz, que tudo está do seu jeito, no seu lugar, tudo é aprendizado, crescimento. Isso dá a calma da lucidez que diz: continua a busca pela vida vivida e resplandecente.

as coisas que vão se encaixando

quando li caio ele disse que esses pedacinhos desconexos da vida de repente faziam sentido. aí lembro da outra que lembrou a alguma memória esquecida que viver é uma aprendizagem ou prazer. lembro da música que agradece, com cheiro de alfazema, que é tudo conectado ao mar, a lua e ao sol. ando todos os dias na manhã da cidade, nas pontes que me querem tanto bem, no rio e nas garças. a luz explode, meu agradecimento à vida explode. abro um sorriso e amo.

Bye Michael

Há duas semanas atrás, eu e uns amigos estávamos vendo um vídeo em que centenas de prisioneiros de uma cadeia das Filipinas dançavam os passos de Thriller, de Michael JacKson.Eu pensei ''meu deus, os caras tão numa prisão, lá nas Filipinas e estão dançando Michael Jackson!''.No outro dia, comecei a mostrar os clipes de Michael ao meu irmão de 17 anos. Queria mostrar a ele como o cantor fez parte da infancia de grande parte das pessoas da minha idade... eu lembro que os pirralhas da metade da decada de oitenta pro começo da decada de 90, ficavam querendo fazer aquele passo de escorregar os pés pra tras (eu nao sei o nome). Ou então dava uma rodadinha, colocava as mãos em cima das genitais e dava o gritinho - auh! Eu lembro que eu ouvia assombarada as histórias de Michael. Minha mãe dizia - ele fez cirurgia pra mudar a cor da pele. E as imagens era Michael de máscara, branco, de óculos escuros, com alguém segurando um guarda-chuva (ou seria sol?) por cima dele. Lembro do Fantástico lançando Black or White, aquela parte final quetem um efeito em que as pessoas ficam ''mudando de cara'. Aquilo me encatava, todas as ousadias dos clipes de Michael mexiam demais com minhas imaginações infantis. E aquele clipe Scream então? O tempo passou, dexei Michael meio de lado...só ouvia aquelas notícias de julgamento por abuso infantil, uns clipes na mtv meia boca alguns especiais falando sobre a bizarrice way of life de Michael Jackson. Nesses tempo de agora, uma amiga minha que tem um filho de onze anos falou que ele adora Michael, não pelas músicas, mas pelo fascínio que aquela cara, de nariz estranho causava na criança. Michael Jackson tava ali, no seu posto de lenda viva,sempre dando algumas paginas para os jornais, no lugar de explosão da cultura contemporanea comercial globalizada. Fiquei pensando na Indústria Cultural, como ela faz parte da sua vida, pois com a morte de Michael eu descobri toda uma memória afetiva que eu tenho dele. É a morte de um ícone dos anos 80, de uma modernidade chegando ao Brasil meio sem jeito, de inovações estéticas e o reavivamento de tantas lembranças minhas.

ultimamente tenho visto de perto alguns cinismos, ultimamente tenho visto de perto o quanto eu me deixo enganar. sim, eu vou falar da crise mundial!
eu vejo nas televisões o presidente lula falando que a crise não afetou e nem vai afetar o brasil. a frase é só uma marolinha, ganhou capas de jornais e caiu na boca de jornalistas, que afirmam com o sadismo escorrendo pela boca - o presidente disse que a crise não passava de uma marola (só faltam dar uma risada de bruxa no final.
enfim, segundo o nosso presidente a crise só deu uma passadinha aqui no país. mas, vamos lá, professores, médicos, enfermeiros, e mais um monte de servidores municipais e estaduais entraram em greve nesse último mês, reivindicando melhorias nas condições de trabalho e equiparação do salário com o piso nacional (que é lei. ok? ok. aí, sabem o que os governos municiais e estaduais dizem? que é impossivel economicamente essa equiparação agora para receita, pois a crise mundial... etc, etc, etc. o presidente e os secretários estaduais e municipais estão falando do mesmo país?
hospitais sem estruturas, condiçoes de trabalhos lamentáveis, escolas precisando de reformas não só nos prédios, e também na visão de educação, e em 2014 vamos ter uma copa mundial!! e sim, eu ouvi ontem no jornal nacional, algum secretário de tocantins falando - se a parceria público-privada não funcionar, o estado esta aí pra garantir a verba! C-O-M-O A-S-S-I-M? ah já? ah já tem dinheiro? tem dinheiro pra construir várias cidades da copa e ficam chorando pitangas pra melhorar serviços básicos e de direito. Aí fazem shows de tudo de melhor (?) da indústria cultural pra comemorar a copa, as pessoas lotam, vão comprar ingressos, lotam filas. isso me lembra alguma coisa da américa latina de gabriel garcia-marquez.
agora resta saber, se com meu desabafo, vocês vão fazer que nem a propaganda das havaianas...
-tristezaaa, por favor vá emboraaa

declaração

declaração de um vendedor de pipoca, na avenida guararapes, as 18:30.
entre ônibus, pessoas, fumaça, engarrafamento, ele grita:
'' to solteiro, não tenho mulé, vou tomar cachaça! meu time tá na primeira, sou do náutico, não gosto do santa e odeio o sport.''
fiquei pensando no que eu declararia na avenida guararapes, as 18:30. entre ônibus, pessoas, fumaça e engarrafamento.

né possível um negócio desse!

Gente, parece que não adianta nada campanhas educativas, reportagens em jornais, programas televisivos falando sobre a devastação do meio ambiente e sobre suas consequências...Consequencias essas que não é preciso esperar mais 50, 100 anos pra ver os resultados... estamos sentindo dia a dia! sabe aquela praia que você provavelmente frequenta ou frequentou muito quando adolescente, Maracaípe, litoral sul de Pernambuco? pois é lembra do coqueiral de lá? pode ser destruído pra construção de um resort, com donos portugueses. lembra do manguezal? pode ser mais comprometido ainda por causa de uma construção de uma pista asfaltada, além da falta de saneamento e infra-estrutura.
Por isso, uma galera tá se organizando e colhendo assinaturas pra tentar impedir, ou pelo menos, colocar essa questão em pauta para a discussão! Vocês não se sentem invadidos e desrespeitados com empresas internacionais vindo aqui, sei querer saber de nada (opa, de nada não, do dinheiro sim!), enfiando hoteis e turistas, sem o menor respeito ao meio ambiente? e meio ambiente que eu falo inclui não só mangue, animais, vegetação, mas pessoas também!
Bom vai ocorrer uma passeata no domingo, saindo do bar do marcão, as 11h.
mais informações no http://vivamaraca.wordpress.com/
esse texto não tem 1/4 da minha indignação!

alcanço

eu via em todos os cantos, escritos na tela, em livros, gente falando:
- a vida só é possível reinventada.
Foi Cecília que disse e mais um monte de gente concorda com ela. E eu, para ser sincera, entendia essa frase mas mas não muito (então, não entendia)... eu lia, achava bonito, mas alguma coisa dessa junção de palavras me escapava.
Até que um dia, no meio de uma aula de Mudança Social tive aquele estalo (sim, os momentos epifânicos que, graças a deus, me acompanham): sim, é verdade, a vida só é possível reinventada! E essa frase é uma profundidade tal que até o sentido puro do meu estalo já não mais tão intenso, não consigo mais alcançar todo o sentido que eu alcancei naquele momento na sala de aula. Mas eu entendi, e seu eu entendi, tá aqui dentro de mim.
e sim, realmente a vida só é possível reinventada.

Dog Ville

''O governo brasileiro tem que pedir desculpas ao governo e ao povo suiço.E espero que sirva de lição, pois não se pode tirar conclusões sem provas, e foi o que aconteceu. Só o fato que ela mentiu sobre a gravidez já prova que não é digna de confiança(problemas pscicológicos ou não).Vocês não podem imaginar como é triste ouvir as pessoas nas ruas falarem, que mulher brasileira é conhecida pelo "golpe da barriga"e por isso não é digna de confiança; por causa de "uma" todas, pagam o pato.''

'''Apelido: Capuxu - 16/2/2009 - 11:31
Em lugar algum se disse o que a Paula faz na Empresa. Também não exclareceu se ela é advogada, ie. se fez exame e foi aprovada no exame da OAB. Senão, é apenas BACHAREL em DIREITO, não podendo, portanto exercer a profissão de advogado. Tenho um filho formado em Direito que só depois de aprovado no exame da OAB, pode se considerar Advogado. ''



Esse caso da pernambucana Paula Oliveira, lá na Suíça, tem me chamado bastante atenção. Primeiro a especulação alucinada sobre se ela estaria mentindo ou não, depois a crueldade de como alguns avaliam esse caso tornando tudo uma mesquinharia...Os brasileiros, mais uma vez, enxergam a posição da justiça dos países europeus imaculada, num altar, sem erros, a justiça SUIÍÇA não iria mentir! (minha mãe já dizia: ah o Brasil não é a Suíça). Tudo vira uma coisa meio DogVille. A imprensa urubuzando, como sempre, tornando tudo um espetáculo ( Paula não está grávida! Quer dizer estava! Cadê a ultrasom? Cadê os fetos? rolaram na privada do banheiro público suíço?). A brasileira tá mentindo, fez isso pra prender o marido, tá é louca, fazendo vergonha ao Brasil, o país das bananas. Que vergonha internacional, heim? Merece arder no fogo do inferno, que nem as bruxas medievais. E é isso que está mais ou menos acontecendo. E no final das contas... ninguém pensa em Paula, ser- humano.
Pelo que tenho lido, acho que o pai dela, Paulo, tem sido bastante sensato nas declarações... ele se coloca na posição de pai, que quer cuidar de uma filha que ( de uma forma ou de outra) está sofrendo. Ele não entra no jogo da imprensa espetáculo (Mostre as provas, seu Paulo!), nem da polícia suíça (sua filha se auto mutilou), nem dos governos. Na entrevista que deu ao Fantástico ontem, mais uma vez, perguntaram das provas e ele respondeu - Eu não vim azer uma auditoria com minha filha. Estou na posição de um pai que está com a filha em estado de choque no hospital.
Ponto. Os seres humanos tem uma capacidade incrível de desumanizar ao acontecimentos. Tudo vira mesquinharia, entretenimento, todo mundo julga, dá sua opinião feroz, crucifica, tira a pele e põe no açogue.
Paula mentindo ou não, é uma pessoa que deve tá sofrendo e não precisa de mais ninguém pra esburacar a sua ferida, nem de fogueiras medievais.
Bem, ainda tinha um monte de coisa pra dizer... enfim
aqui o link da entrevista que o pai de Paula deu a Folha de São Paulo, vale a pena ler.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u503882.shtml

e ontem que passou um caminhão soltando fumaça preta e fedorenta. aí eu fiz uma cara feia, tampei o nariz pra ver se o motorista se ligava (devia ser pribido um caminhão desse circular, poluindo tudo!). e eu com um cigarro na mão.

é a gente quem quer, foi a getne quem quis.
mas, tudo é mesmo tão impresível.

fundo

Dentro de mim as trevas, os escuro, o lodo gangrenado em todas as paredes por onde me estendo. Peixes grandes, de olhos grandes, asquerosos, que deslizam sinuosos pelo mar profundo da minha cabeça. Polvos de inumeráveis tentáculos, bichos meio gente, meio coisa morta. Barcos de velas negras temorosas, com piratas centenários que carregam uma estrela do mar colado ao rosto.
Dentro de mim, bares sebosos, na entrada, uma prostituta gorda, com um sinal descomunal ao lado do nariz. Ela é sempre rindo, uma gargalhada medonha, no fundo não se sabe se ela rir de graça ou de horror. Bebados deploráveis mijando num banheiro repugnante. Infiltrações que respigam agua suja, fazendo um barulho (tic-tic-tic) absolutamente irritante.
Me esparramam assassinos frios, baixo clero de padres recalcados. Cidade suja, com cheiro de mijo, prédios cinzas depois de uma chuva ácida, ratos medievais roendo a unha de um morto.
Dentro de mim, um vômito de moscas e baratas.