‘’Feminismo é a ideia radical que
as mulheres são gente’’. Sempre vem essa
frase na minha cabeça toda vez que vejo uma propaganda, um outdoor todo lilás,
o que seja, com imagens de mulheres que são ‘’destaques’’, ‘’exemplos’’, ‘’mulheres que brilham’’. Ou até mesmo com
explicações de todas as ordens que as mulheres são mais forte que os homens, ou
mais guerreiras.
Partindo do principio que as
mulheres são gente (olha o que eu tenho que escrever nesse texto), parece que
procurar essas mulheres que brilham ou coloca-las na posição de fortes, parece
uma justificativa pra dizer algo como – tá vendo como são capazes? ; - olha,
elas conseguem! Mas o que causa mais incômodo, são as categorias decididas em
que as mulheres viram destaques: quase sempre no ambiente corporativo.
Mulheres de sucesso, sendo a
ideia do sucesso criado e pautado por
uma sociedade machista e branca. A partir do momento em que se decide como e de
que forma as mulheres são de sucesso, a luta de outras mulheres pobres, negras,
lésbicas, torna-se invisível.
Partindo, de novo, que as mulheres são gente, seria natural (as
vezes essa palavra me dá algum arrepio) que brilhem, que se destaquem onde quer
que estejam, e de toda a forma. Mas, que também, se ferrem, fiquem tristes,
queiram sumir de vez em quando. A insistência
da ideia de procurar exemplos no meio dessas mulheres parece mais uma tentativa
de colocá-la na posição de infantilizada, sem autonomia, como um aluno (também
uma categoria oprimida) que o professor coloca uma estrela na testa, e é eleito
o primeiro da classe.
Não precisamos nos validar através desses exemplos, somos tudo que podemos e queremos ser. Nós existimos e isso, por si, já é tudo.
Um comentário:
Que belas sua palavras, Ju!!!! Fico tão feliz de vê-la inteira, lúcida...
Quanta sabedoria, filha!!!!!!!
Tua mãe super feliz.
Postar um comentário